sábado, 5 de março de 2011

Super Mario RPG the Legend of Seven Stars.

Um jogo imperdível para você que é fã da Nintendo, e não só...
A parceria entre Nintendo e Squaresoft não poderia resultar em nada menos que um clássico dos 16 bit
Numa época em que os sonhos pareciam sempre se realizar ou até mesmo surpreender aqueles mais céticos, Squaresoft e Nintendo se uniram para dar vida a um dos mais ricos universos da história dos games: “Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars”. Marco inicial do encanador italiano nos Role Playing Game, o título desperta suspiros saudosos até hoje.
Nostalgia à parte, um game do Mario feito pela grã-mestre dos RPGs só poderia trazer bons frutos. Mesmo que à primeira vista, o game da Square pareça estranho; logo no começo nos deparamos com um sistema de batalhas clássico do gênero, todo baseado em turnos, que vai completamente contra ao estilo plataforma arcaico, prático e sempre vitorioso presente na maior franquia da Big N.
Passado o baque inicial, já é possível perceber o quão respeitoso e dedicado foi o trabalho da softhouse japonesa na somatória de esforços para oferecer um mundo novo que não decepciona os velhos fãs. A árdua pesquisa e a adequação do universo de Mario ao gênero RPG se encaixam como Batman e Robin, Chitãozinho e Xororó, Pelé e Garrincha ou TV e videogame.
Aquele “problema” considerado o grande temor inicial acaba se tornando um dos grandes méritos de “Super Mario RPG”: é divertido e bem contextualizado elaborar estratégias de ataque em turnos aos vários inimigos no controle de Mario. Com o progresso e o acúmulo de itens, a ofensividade do nosso herói e protagonista aumenta muito e os ataques em turno ficam cada vez melhores.


Claro que, como todo bom RPG, neste game não é possível sair distribuindo ataques a esmo, nem é muito proveitoso tentar avançar pelas telas rapidamente. Mario precisa da experiência ganha em batalhas pequenas para enfrentar inimigos cada vez melhores. Estes são praticamente um revival de toda a série até então (o game é de 1996), com todos os rivais característicos dos games anteriores. A vantagem é que os inimigos estão sempre visíveis na tela, evitando batalhas desnecessárias e incentivando a exploração e a estratégia.
Toda a parte visual do game é impecável, com o cart fazendo uso das particularidades do Super Nintendo (16 bits) e do conhecimento adquirido com o desenvolvimento de games como “Donkey Kong Country” e “Star Fox”. Prova da competência que salta aos olhos são as diversas animações e efeitos de câmera presentes no game, que praticamente explicam a história sem tanta dependência das linhas de dialogo.
A visão isométrica é típica dos RPGs da Square, notadamente os primeiros games da série “Final Fantasy” e “Chrono Trigger”. Este novo paradigma no mundo de Mario também serve como quebra da linearidade do gênero plataforma, cujo qual estávamos tão acostumados a ver o encanador até então. Grande parte dos efeitos e da elegância do game se deve a visão isométrica e suas possibilidades de interpretação do game.
Com desenrolar simples – mais uma vez a Princesa Peach é raptada – a “Lenda das Sete Estrelas” se torna um drama com desfechos surpreendentes, onde velhos rivais se unem com um propósito maior. A partir daqui é desnecessário contar as motivações iniciais de “Super Mario RPG”, sendo que qualquer detalhe pode resultar num “spoiler” dos grandes. Mas tranquilize-se: o game é tão auto-explicativo e dispensa quaisquer introduções que não sejam as do próprio cartucho rodando na TV.

Fator altamente nostálgico, a trilha sonora marcante foi composta especialmente para relembrar os melhores momentos de toda a franquia do bigodudo da Nintendo. A competente compositora Yoko Shimomura (“Parasite Eve” e “Kingdom Hearts”) mesclou inspirações e aspirações do trabalho de Koji Kondo (compositor da série “Super Mario”) com o sombrio épico de Nobuo Uematsu (da série “Final Fantasy”). O resultado é uma trilha sonora inesquecível, com incidentais e clímax, tudo tão apreciável que foi compilado em um disco duplo oficial, lançado somente no Japão (claro!).
A Nintendo sabia exatamente o que estava fazendo quando deu carta branca à Square e cedeu seu maior mito para a criação de um novo game. Apesar da supervisão do criador da série, Shigeru Miyamoto, “Super Mario RPG” tem cara e distinção de um título da softhouse japonesa, que trabalhou muito para agregar valor à franquia mais amada e conhecida dos games. O game foi a despedida de Mario no Super Nintendo, mas o marco inicial do bigodudo nos RPGs, terreno que a Nintendo explora até hoje.
Jogar “Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars” é básico para qualquer um que se auto-defina fã da série e/ou da empresa. E não há como reclamar do Super Nintendo empoeirado que não é cabível: o game está disponível no Virtual Console (serviço de download de jogos para Nintendo Wii).